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quarta-feira, 7 de julho de 2010

“U-RU-GUAY... U-RU-GUAY... U-RU-GUAY”

O orgulho da nação uruguaia está estampado nos rostos e nas ruas pelo mundo. Até em Porto Alegre nos deparamos com o exibicionismo da satisfação em disputar uma semi-final de Copa do mundo mais uma vez. Ontem de manhã vi uma mulher levando um menino (com carinha de gringo) para a escola, provavelmente mãe e filho, completamente fardado com as cores e uniformes da seleção celeste.

Nos jornais e principais sites de futebol não se falava em outra coisa. O Uruguai sem dúvida alguma era o time dos brasileiros para 2010. Também pudera, pois o país de livre fronteira com o Brasil, além de ser vizinho, é um dos mais procurados para turismo nas redondezas. Suas belas praias nos atraem cada vez mais para a parte sul do continente. Mas o futebol sempre foi de tradição para eles também. Donos de dois títulos olímpicos (1924 e 1928) e duas conquistas mundiais (1930 e 1950), os uruguaios possuem uma trajetória rica em sua história.
Casa de grandes times e celeiro de destacados atletas, o país de três milhões e meio de habitantes voltava a sonhar com o título e a grandeza no esporte. Os torneios Apertura e Clausura (primeira divisão) apresentam grandes clássicos, principalmente se tratando de Nacional e Peñarol. Nós mesmos, brasileiros, importamos craques da região sul também, como por exemplo, Lugano, ex-jogador do São Paulo, e Loco Abreu, atualmente no Bota Fogo, ambos defensores da seleção azul e branca.
O que assistimos ontem foi uma partida digna de Copa do Mundo. Um jogo de futebol de verdade, onde jogadores se doavam para um mesmo objetivo: a vitória. Ali, eles se esqueceram dos milhões recebidos em seus clubes. A honra de vestir a camisa celeste era maior do que qualquer cifra ou bem material. Mesmo com o esforço e perigos lançados ao goleiro Maarten Stekelenburg, a Holanda, carrasca sul americana, saiu na frente no marcador. Com um gol de Van Bronckhorst, o Uruguai se viu obrigado a aumentar a dosagem de agilidade, habilidade e precisão. Tarefa dada, tarefa cumprida. Diego Forlán empata para nossos vizinhos e deixa tudo igual no estádio Green Point, na Cidade do Cabo. O sonho do tricampeonato mundial estava aceso novamente. A arquibancada estava quase tomada pela torcida laranja, mas os 30% de charruas que ali estavam entoavam os gritos de apoio ao pequeno país americano: “U-RU-GUAY... U-RU-GUAY... U-RU-GUAY”.
Os gigantes holandeses voltaram para o segundo tempo determinados. Com um futebol preciso, se aproveitaram das curvas da contestada Jabulani e lançaram uma bola atrás da outra. Em uma dessas investidas veio o chute de direita de Sneijder que, com ajudinha na desviada de Maxi Pereira, entrou no gol uruguaio. Gol impedido claramente. O árbitro da partida deixou muito a desejar em marcações. Aos 28 minutos veio a sentença. Kuyt recebeu pela esquerda e acertou ótimo cruzamento para Robben (esse mesmo, o aniquilador do Brasil), que subiu livre e encaixou. A Holanda ganhava de 3 a 1 e os uruguaios mesmo assim não desistiram. Lutaram bravamente até descontar. Aos 47 minutos Maxi Pereira incendiou o fim do jogo e mostrou a que vieram. A pressão até o apito final enlouqueceu torcedores em Monte Vídeo, capital do Uruguai.
Os uruguaios deram uma lição para a nação futebolística mundial. Reacenderam o orgulho e a honra. A batalha celeste foi exemplo para muitas seleções vitoriosas do planeta.
“Adelante Uuruguay!”
Agora só os resta lutar pelo terceiro lugar (com sabor de “campeón”).


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